Por Leide Cruz
Talvez por aqueles que estão de fora, ou os que estão pensando em começar a dançar, eu escutaria uma resposta “estou indo porque me disseram que faz bem para a saúde” ou coisas do tipo, mas quem já dança sabe que os benefícios vão muito além da saúde.
Talvez por aqueles que estão de fora, ou os que estão pensando em começar a dançar, eu escutaria uma resposta “estou indo porque me disseram que faz bem para a saúde” ou coisas do tipo, mas quem já dança sabe que os benefícios vão muito além da saúde.
Já tive alunas com problemas psicológicos que vinham procurando algo que as distraísse dos problemas, muitas vezes seus médicos as encaminhavam para a dança com esse intuito, mas, na verdade, elas mal sabiam que o que iriam encontrar ia além da distração, e sim seria um santo remédio para o seu caso. Outras pessoas vinham para a dança procurando condicionamento físico, pois se encontravam sedentárias e precisavam de uma atividade física que as tirasse dessa situação, mas também mal sabiam que a dança as tirariam não só do sedentarismo, mas também do marasmo. E muitas outras procuravam a dança para se sentirem mais bonitas, mas, na verdade, o que encontram são elas mesmas...
A dança seja ela a dança do ventre ou os outros tipos de dança traz muito mais do que distração, condicionamento físico ou uma forma de se sentir bonita. A dança traz amigos, felicidade, aceitação, encontros, entre outras coisas que são infinitas, já que os benefícios mudam de pessoa para pessoa.
No meu caso, sempre achei a dança do ventre uma dança linda. Eu achava que assim me sentiria mais bonita e, em uma certa época da minha vida, meu médico me indicou fazer uma atividade física para melhorar minha saúde. Academia eu tentei, mas não era a minha praia, então não deu certo; daí, resolvi tomar coragem e dançar... E eu realmente atingi meu objetivo de melhorar minha saúde e me sentir mais bonita, mas percebi que não foi só isso: minha saúde melhorou, não só porque eu estava me mexendo mais, mas também porque eu pensava mais em mim, e percebi que meu corpo precisava
de muito mais do que se mexer, precisava que eu o conhecesse e o respeitasse, percebesse que, em alguns momentos, ele poderia ir além do que eu imaginava, e em outros que ele também tinha seus limites...
de muito mais do que se mexer, precisava que eu o conhecesse e o respeitasse, percebesse que, em alguns momentos, ele poderia ir além do que eu imaginava, e em outros que ele também tinha seus limites...
Me senti, sim, mais bonita, e não porque as pessoas me falavam o quanto eu estava bonita, mas porque eu me encontrei, me vi uma pessoa de valor, uma pessoa que, além da imagem, do corpo, tinha muito mais a oferecer, me enxerguei por dentro e percebi que, por mais que eu me preocupe com a estética do meu corpo, nada me fará tão bonita quanto o que eu sou de verdade...
E não foi só isso. Aprendi muitas outras coisas, ampliei meus conhecimentos, tive acesso a uma cultura diferente, conheci lugares, comidas, práticas e pessoas, aprendi a conhecer as pessoas, a valorizar o que elas são, e o que cada uma pode nos ensinar direta ou indiretamente, aprendi até com as que não me queriam bem, entre muitas outras coisas. Mas sabe qual foi o maior ganho de todos, além de me encontrar? As amizades que conquistei. São pessoas que aprenderam junto comigo, pessoas para quem ensinei um pouco do que sei, pessoas que dançaram comigo algumas vezes, pessoas que me ensinaram essa arte que tanto amo... E que hoje fazem parte da minha história, compõem bons momentos em minha vida e dão cor aos meus dias. E sei que, se por algum motivo, a dança não puder mais fazer parte da minha vida, terei bons momentos para lembrar, histórias para contar e grandes amigos para caminhar ao meu lado; e é para todos os amigos que conquistamos e que ainda vamos conquistar que dedico esse texto.
E você, o que a dança fez por você?
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