By Isis Mahaisn
Este sim tem um nome complicado,
mas é bem mais fácil de pronunciar... Acredite! Como ele possui um nome
complicado, há dezenas de variações na sua escrita, entre elas o Chiftetelli. O
significado deste nome pode ser variado de acordo com cada país. É um ritmo de
origem turca, mas há também quem diga que ele é grego.
Muitas fontes divergem quanto a sua origem, diz-se que a Grécia ou a Turquia podem ser a pátria mãe deste ritmo, por este motivo é muito encontrado em diversas músicas e sob várias influências. Na Turquia, além de ser usado nas apresentações de dança do ventre, também é comum nas danças de casais.
Entender a composição deste ritmo pode ser muito confuso, pois ele é encontrado de várias formas, e é aqui que criamos a dissociação entre as células do ritmo e a contagem de tempos que ele possui. Sua construção é de 4/4 e é tocado da seguinte maneira:
DUM TAKA TAKA DUM TAKATA
Como vocês podem notar ele é bem fácil de confundir com o ritmo Maksoun (Dum takata Dum taka), o que difere um do outro mais radicalmente é a cadência e o contexto melódico em que se está inserido, enquanto um pede por ondulações, o outro pede um quadril marcado e cheio de tremidos.
As células acima demonstram do que é feito o chiftetelli, quais são suas marcações e sua composição, isto é algo que pode ter uma diferença sonora por conta dos floreios das músicas e da capacidade de criação e improvisação melódica do músico, entretanto a estrutura básica nunca muda, o chiftetelli sempre será composto de DUM TAKA TAKA DUM TAKATA.
Em geral costuma-se dizer que a estrutura dos ritmos se mantém, mas conforme ele vai migrando de um lado para o outro pode ser que seu floreio seja interpretado de formas diferentes. É o que acontece com este ritmo! Em alguns lugares ele é encontrado com a contagem de tempos diferentes, com 8 tempos e não com 4, coisa similar acontece com o ritmo Wahda que apesar de ter uma composição de 8 tempos em algumas músicas é possível encontrá-lo com o compasso de 4 tempos. Segundo o site do derbakista Pedro Françolin, os egípcios costumam usar uma versão simplificada do ritmo Chiftetelli e este era chamado de Wahda Khabir, ou, traduzindo para o Português “pequeno Wahda”.
Neste momento começamos a ficar com a cabeça embaralhada, afinal quantos tempos este ritmo tem? A resposta é simples e ao mesmo tempo complicada, pela proximidade dos dois ritmos é mantido tanto a sua estrutura quanto as células musicais, mas é possível alterar a sua contagem, podendo tocar um chiftetelli com compasso de Wahda e vice versa. A estrutura não será alterada, apenas a forma de ser tocada, em compasso de 4 ou 8. Agora a coisa já começa a ficar mais clara, entretanto para nós bailarinas há um diferencial importante na hora da prática: a leitura musical do ritmo.
Fica a dica
Como todo ritmo de 4 tempos, o Chiftetelli pede por pequenos deslocamentos, o que é característica singular deste ritmo é que ele clama por ondulações! Neste caso então, em um Taksim com este ritmo de fundo e em uma construção de 4 tempos, é muito comum alterar bastante sua posição no palco, não perdendo ainda sua leitura mole e ondulada característica do ritmo. O mesmo vale para o caso de ele entrar no meio de um solo de derbak, ainda sim, utilizaremos neste caso a leitura mais contínua própria de ondulações e não tão quebrada e seca quanto é natural do solo de percussão, e isso ocorre porque estaremos respeitando a leitura do ritmo. Caso ele esteja em uma construção de 8 tempos ainda sim respeitaremos a sua necessidade, que é a de ondulações, entretanto a construção de 8 tempos pede que a bailarina fique no lugar e não tenha tantos deslocamentos.
Passos
Camelos, oitos, pivôs, Braços, redondo de peito, oitos de peito e todos os movimentos sinuosos. Se for fazer uma dança de chão, planeje a sua descida e subida e tome muito cuidado com a roupa para não aparecer nada além da sua bela Dança!!! =)
Abaixo um video para ilustrar. Vejam como o musico faz a construção da música:
Bjos e Bons Estudos!
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