terça-feira, 24 de abril de 2012

Fusão ou Confusão?!

Por Isis Mahasin...


Fala bailarina! Quanto tempo eu não escrevo por aqui, né? Mas pra falar a verdade estou muito sem tempo ultimamente e manter este blog atualizado está sendo uma coisa quase que impossível para mim ultimamente, graças a Deus eu conto com a ajuda da minha querida assessora Joyce Borges e das meninas da Companhia que postam coisas por aqui também.
Quem conhece e gosta de dança do ventre, sabe que o apogeu dos concursos, a chamada vitrine viva da Dança é o Mercado Persa, e sabe-se o quanto pesa pegar uma colocação em um evento deste porte, pelo que estava conversando com a Mestra Samira, este ano só no domingo passaram cerca de 7 mil pessoas, entre familiares, bailarinas e admiradores da dança.
Neste mercado crescente, o importante às vezes nem é ganhar, mas sim aparecer, ficar marcado, mesmo que não pegue colocação que esteja na cabeça das pessoas o nome da Companhia ou da academia, afinal, é um grande marketing não é? Mas acredito que este conceito de “aparecer” está passando do limite, as pessoas então confundindo o termo “fusão” com “confusão”, fiquei chocada ao ver grupos no concurso nacional de Dança do Ventre, sendo julgado por excelentes e reconhecidos profissionais da Dança do Ventre, e utilizando a Dança do ventre apenas como figuração! Me senti insultada com alguns grupos este ano.
Primeiramente vamos esclarecer que o que irei escrever é a minha concepção e veja bem, a MINHA, não sou dona da verdade e ainda tenho muito para aprender, mas acredito que devido a alguns estudos na área eu tenho uma certa “bagagem” para falar deste assunto:
Fusão caracteriza-se por acrescentar outra dança junto com a dança do ventre, e a escolha da música também é importante, não use uma música clássica para a fusão, utilizem uma música que fale sobre o estilo que você está acrescentando. Uma coisa que eu sou totalmente contra é com o fato de ser “cada um no seu quadrado”, por exemplo, se eu vou fazer uma fusão com estilo X, que venha o pessoal de X e fique na frente dançando, não se misturando, não trocando informações e muito menos dançando nada de dança do ventre, isso pra mim não é um grupo, é uma ajuda para incrementar uma dança que ainda não está madura.
Acho importante como diretora de companhia que meus alunos entendam sobre o que vamos acrescentar, para a fusão deste ano, por exemplo, fizemos aulas particulares de zouk, levei alguns integrantes em bailes e festas do tema, saíamos para dançar, trocamos vídeos e entendemos sobre o assunto. Não ganhamos colocação no MP, mas eu estou plenamente satisfeita com o resultado, sei que os integrantes da Mahasin Cia de Dança agora sabem dançar Zouk!! Conhecem este estilo, entraram em um mundo novo, mais do que ganhar troféus é com isto que os coreógrafos deveriam se preocupar, com seus alunos! Estava nítido que em alguns casos a pessoa não sabia nem o que era dança do ventre e nem o porquê que ela tinha que misturar com aquele outro estilo. Francamente, isto não é nem de longe o trabalho de um professor sério.
Acho que o que fica neste aviso é o seguinte:
- Faça fusão para que seus alunos aprendam algo, e não fiquem de figurante, ou  até mesmo parados no palco, se você quer ter um nome, mais do que premiações você precisa ter seriedade;
- Não se preocupem em chocar o público, algo bonito e bem feito pode até não chocar, mas encanta;
- Certifique-se de que o figurino não agride o estilo e principalmente, que conversem entre si, tanto os masculinos quanto os femininos;
E mais que tudo isso, se informe, entenda o estilo, tire dúvidas, seus alunos e o público agradecem!

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